20 de Novembro de 2011 • 10h28
Por Milton Neto*
Quando começamos a competição, com uma derrota vexatória para a Portuguesa, no estádio do Canindé, nem o mais otimista dos alvirrubros imaginaria que, 36 rodadas depois, estaríamos comemorando um acesso antecipado à primeira divisão.
Afinal, mesmo jogando bem o primeiro tempo, o time se perdeu no segundo tempo e sofreu quatro gols. O técnico Waldemar Lemos foi contestado ao ser contratado, pela grande maioria dos torcedores.
A desconfiança aumentava na medida que indicou jogadores pouco conhecidos (e até mesmo desconhecidos), que jogavam em clubes do Rio de Janeiro (sua terra natal). Dentre eles, o zagueiro Marlon, que se unia ao outro zagueiro (Ronaldo Alves), vindo do sul do País. Mas, para surpresa de todos, eles iriam formar uma bela dupla num setor que o Náutico vivia um problema crônico, desde 2009.
Em seu trabalho inicial, Waldemar manteve a base do estadual, com Gledson, Peter, Jeff Silva (e Airton), Everton, Elicarlos e Derley. Era a “espinha dorsal” do time. E o time passaria a atuar com 3 volantes e consistente na defesa e com boa saída no meio. Eduardo Ramos quase sai, mas, também permaneceu no timbu, como seu único meia.
As saídas dos artilheiros do time no estadual, por outro lado, foram muito lamentadas, mas trouxeram uma grata surpresa: Kieza. Sendo mais acionado, o atacante passou a fazer gols e mais gols, se tornando o artilheiro da serie B. E fez, com o companheiro de ataque, Rogério, a dupla ideal. Um arisco e “escorregadio para o marcador”. O outro goleador.
Por fim, o goleiro Gideão aproveitou-se de uma chance de ouro e agarrou-a como se fosse a bola, ganhando a titularidade de Gledson, que saiu contundido contra o Guarani.
E os jogos foram se passando. Alguns resultados negativos e inesperados, como derrota para o ABC em Natal ou empates em casa com Bragantino e Paraná.
“Não temos laterais e meias”. Aos poucos, Peter e Jeff Silva (e depois Airton) começaram a se encaixar. E Eduardo Ramos fazer partidas espetaculares – como fez contra o Goiás, Vila Nova e Sport (nos Aflitos).
“Não temos elenco”, bradava-se. Mas quem entrava não deixava a “peteca cair”. Rodrigo Carvalho, contra o Boa, nos Aflitos. Diego Bispo, que foi titular em vários jogos, sem deixar preocupada a torcida com as ausências de Marlon ou Ronaldo Alves. Neno, Gustavo, Alex Fraga, Lenon, Elton, Marco Vinícius, Philip, Douglas, Moisés, Joelson, Paulo Sérgio e Jeferson. Todos eles deram conta do recado, quando foram acionados.
O Náutico já merecia o acesso há muito tempo.
E quando venceu o Barueri, pela 35ª rodada, nos Aflitos (onde se manteve invicto ao longo de 18 jogos), apesar da matemática não autorizar, a festa pelo acesso era inevitável. Afinal, quem duvidaria que o timbu subiria? Só os mesmos que insistiam em duvidar do Náutico.
Os que duvidaram no início e assistiram a transformação deste time ao longo do campeonato, mudaram de ideia e tinham certeza, naquela noite, nos Aflitos, que o acesso matemático era uma questão de dias. E comemoraram.
Afinal, de verdade mesmo, o Náutico começou a subir, no mês de maio deste ano, quando, sob a desconfiança de muitos, chegou nos Aflitos, um “velhinho maluco”, com jeito de “paizão”, que, com muito trabalho cativou seus atletas e, merecidamente, foi o craque do time. Time este que unido, conquistou o justo direito de disputar a PRIMEIRA DIVISÃO.
*Milton Neto é colunista do site oficial e escreve às quartas-feiras sobre o seu amor pelo Timbu. Neste domingo, excepcionalmente, a coluna foi publicada para comemorar o acesso.
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